quarta-feira, outubro 18, 2006

Escolha um curso no exterior

Matéria da Universia Brasil, do dia 17/10/06

Investir em cursos no exterior para melhorar o currículo tem sido uma boa opção para quem vai encarar o mercado de trabalho. As possibilidades de viagens são grandes, há cursos de língua, de graduação, mestrado, doutorado e extensão. E os meios são os mais diversos. O estudante pode recorrer a universidades, empresas de intercâmbio e a entidades de incentivo a pesquisa.

O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) é uma agência do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) de incentivo a pesquisa que oferece quatro modalidades de bolsa: Doutorado no Exterior, Pós-Doutorado no Exterior, Doutorado Sanduíche no Exterior - em que metade é feito no Brasil e a outra no exterior - e Estágio Sênior no Exterior.

Segundo a assessora do CNPq, Eliane Discacciati, a concorrência é grande. "Em 2005, o CNPq concedeu 414 bolsas para o exterior. A modalidade mais procurada é o Doutorado Pleno. Os países preferidos são Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, Alemanha, Espanha, Canadá e Itália", explica.

As bolsas da agência apóiam a formação de pesquisadores em áreas em que o Brasil dispõe de pequeno número de pessoal qualificado. Para Eliane, a busca de formação no exterior expõe o estudante a novas idéias, culturas e parcerias, abrindo novos horizontes. A assessora lembra que os pesquisadores devem se comprometer a dedicar tempo adequado (que pode não ser pouco) ao desenvolvimento da pesquisa e ter iniciativa, independência, curiosidade e desprendimento.

As instituições de Ensino Superior são responsáveis por enviar o maior número de jovens para o exterior, já que possuem convênios com faculdades e universidades estrangeiras. Desde 1987, a Universidade de Brasília (UnB) conta com a Assessoria de Assuntos Internacionais para estreitar as relações com instituições estrangeiras.

Um dos convênios da UnB é com o Programa Móbile da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (Feup), de Portugal. O programa promove intercâmbio entre alunos da Feup e do Brasil, além de outros países da América Latina e Timor Leste. Segundo o coordenador do Programa Móbile, João Cunha, a intenção é promover a cooperação com universidades de todo o mundo, tornar cidadãos brasileiros também cidadãos de Portugal, capazes de promover trabalhos em parceria e compartilhar tecnologias.

Parcerias

O Instituto Científico de Ensino Superior e Pesquisa (Unicesp) também oferece cursos no exterior. A instituição tem convênio, que abrange todos os cursos, com a Universidade de La Plata, da Argentina. Segundo o diretor do Campus 3, Mac Cartaxo, a procura é muito grande por causa do acordo entre alguns países da América do Sul. "Em um mundo globalizado estudar em outro país, conhecer outra cultura é fundamental. A pessoa que faz um curso no exterior é encarada como um profissional que está sempre se aperfeiçoando e buscando mais informação", destaca.

As agências de intercâmbio também oferecem opções de cursos no exterior. Segundo o diretor da Central do Intercâmbio de Brasília, Jasson Firme, os mais procurados são os de línguas com curta duração no Canadá ou nos EUA. As agências orientam o estudante em todos os passos, desde a escolha do curso até a volta ao País.

Em empresas de intercâmbio a variedade é grande. Segundo Jasson, existem mais de 90 cursos. Ele lembra que o interessado deve procurar a agência com pelo menos um mês de antecedência e que, após a escolha, é bom o estudante se informar bastante sobre o país e a instituição onde estudará. "Os alunos devem ficar atentos com relação aos cursos de graduação. Muitas faculdades não são reconhecidas pelo MEC. Para homologar um curso é preciso abrir um processo que pode durar até seis anos", alerta.

Experiência muito rica

Por meio do convênio da UnB, Simone Lemos estudou um ano em Estocolmo, Suécia.

A experiência de viver em um lugar com a cultura completamente diferente é muito rica. E a busca por diferenciação no mercado de trabalho é o fator determinante que impulsiona o estudante a conhecer outra cultura. Essa necessidade de se diferenciar e fugir da concorrência foi o que atraiu o estudante do 6º semestre de Administração, Edson Mellegari, 24 anos, a fazer um curso no exterior.

Edson viajará para o Canadá onde ficará seis semanas em um curso intensivo de inglês. Ele é sócio de uma empresa de representação agrícola e acredita que este será um grande desafio. "A necessidade de dominar outra língua é muito grande e a concorrência também".

A idéia é compartilhada por Simone Lemos, 23 anos, que se formou este ano em Letras pela Universidade de Brasília (UnB). Quando cursava o quarto semestre, Simone viajou por meio de um convênio da UnB para Estocolmo, Suécia. "Fiz um ano do meu curso em uma universidade lá", lembra. Ela só não conseguiu validar seus créditos no currículo da UnB. Simone conta que quando chegou ao Brasil ficou sabendo que deveria ter apanhado um certificado na Embaixada do Brasil.

Mesmo assim, ela aprova o desafio. "É uma experiência muito enriquecedora. Aprendi muita coisa da vida, da cultura do país, outra língua e é um diferencial para o meu currículo. Dependendo do lugar onde eu for trabalhar existe essa exigência, principalmente em empresas privadas", destaca.

Simone gostou tanto da experiência que quis repetir. "Depois que voltei da Suécia, fiz um curso de alemão no exterior para conhecer outra língua e outra cultura", conta.

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