sábado, agosto 26, 2006

Diferencial no Curriculo

Notícia do Jornal do Estado, dia 22/08/2006

O mercado de trabalho exige profissionais cada vez mais capacitados. Hoje, não basta apenas possuir o canudo de graduação. É preciso ter diferenciais para uma boa colocação. O número de jovens que buscam programas de intercâmbio que possibilitam trabalhar e estudar no exterior cresceu consideravelmente nos últimos anos, de olho nas oportunidades que o mercado profissional oferece para quem tem vivência no exterior. Segundo a pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV) 65,8% dos brasileiros entre 14 e 35 anos querem sair do País, sendo que 60,1% deles buscam um emprego mais lucrativo.

Mas o que é preciso para viajar para exterior? Não basta apenas ter vontade de sair do Brasil, é preciso saber o que se busca lá fora. Existem vários programas de intercâmbio. Seja de trabalho ou estudo, de períodos de um mês ou um ano, as opções variam de acordo com o interesse de cada jovem. A Intercultural Cursos no Exterior, com sede em Florianópolis e filiais em Curitiba, Porto Alegre e São Paulo é uma das agências que trabalha com intercâmbio e nos seus dez anos no mercado já levou mais de 6 mil jovens para trabalhar no exterior e cerca de 3 mil para estudar fora do País.

Entre os programas mais procurados estão o Work Experience USA e o High School. O primeiro permite que jovens universitários entre 18 e 29 anos trabalhem em estações de esqui ou resorts nos Estados Unidos. O período de trabalho, que é de três a quatro meses, pode render ao estudante entre 250 a 400 dólares por semana, o suficiente para que ele pague todas as despesas do programa e ainda volte para o Brasil com uma boa economia e o inglês atualizado. Para se candidatar a uma das vagas é preciso ter, no mínimo o nível intermediário de inglês e investir cerca de US$ 2 mil.

Já o High School é um programa de estudo para jovens entre 15 e 18 anos que oferece a possibilidade de concluir ou cursar parte do Ensino Médio em escolas da Nova Zelândia, Estados Unidos, Canadá ou em outros 11 países. Buscando ficar mais próximo da rotina das cidades escolhidas, a maioria dos estudantes opta por morar em casa de família. O investimento para este programa em escola pública dos Estados Unidos, por exemplo, de U$S 4 mil para estudar.
Além desses, vários outros programas permitem a vivência no exterior. É possível passar um mês estudando na África ou na Espanha. Quem preferir pode trabalhar como babá e estudar nos Estados Unidos por meio do programa Au Pair. O programa Camp Counselor possibilita que jovens trabalhem como instrutores nos acampamentos de verão dos Estados Unidos. Todos os programas têm o seu custo, mas o diretor da Intercultural, Felipe Jendiroba, garante que apesar do investimento parecer alto, vale a pena. "Fazer intercâmbio significa fazer um investimento pessoal e, acima de tudo, fazer diferença em um mundo tão competitivo. Temos que buscar diferenciais e morar em outro país por um tempo proporciona um grande aprendizado", explica.

Os brasileiros que tiveram a oportunidade de viajar para exterior garantem que a experiência foi mais do que válida e não descartam a possibilidade de uma nova temporada fora. É o que aconteceu com Jaqueline Coelho, de 21 anos, que voltou para o Brasil em abril e já está com data marcada para participar novamente do Work Experience. Segundo a estudante, a experiência no exterior trouxe muitas recompensas para sua vida profissional e pessoal. "Meu inglês melhorou e conheci gente de diversas partes do mundo. Além disso, aprendi a me virar sozinha, e principalmente, a administrar minhas finanças já que tinha que trabalhar para pagar minhas contas", comenta. Jaqueline conciliou trabalho e lazer, já que nos dias de folga pôde conhecer lugares que sempre sonhou em visitar. "Viajei e ainda consegui trazer dinheiro para o Brasil e este ano vou usá-lo para fazer novamente o programa", finaliza. Ela se prepara para ir novamente, mas desta vez não vai só. Seu irmão Julio Coelho de 19 anos vai acompanhá-la na viajem. Julio espera viver as experiências que a irmã viveu. "Quero aprimorar meu inglês e conviver com pessoas de diferentes países. Como aconteceu com minha irmã, acredito que vou voltar mais responsável e valorizando mais as coisas", diz.

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